Espectros no Cemitério... (Plano Astral)

Iniciado por Mestre Cruz, Setembro 25, 2018, 04:11:56 PM

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Mestre Cruz

Os recursos do mundo astral são tão variados e  complexos  que  quase  todos  os  fenômenos  a  que  vamos  referir  podem  ser produzidos de muitas maneiras. Esta peculiaridade torna impossível a apresentação de regras fixas sobre tal assunto. 

As aparições ou fantasmas fornecem  uma  esplêndida  confirmação  do  que  acabamos  de  afirmar,  visto que, atendendo à maneira vaga e lata como esses termos têm sido usados, eles se podem  aplicar indistintamente  a qualquer habitante do plano astral. Escusado será dizer que as pessoas psiquicamente  desenvolvidas vêem esses fantasmas constantemente; mas para que a uma criatura vulgar possa "aparecer um fantasma", segundo a expressão corrente, é necessário ou que esse fantasma  se materialize ou que essa criatura tenha momentaneamente um relâmpago de percepção psíquica. 

É apenas devido ao fato de nenhum destes dois casos ser vulgar que nós todos não estamos constantemente a encontrar espectros nas ruas, com a mesma freqüência com que encontramos gente de carne e osso.   


  Espectros no Cemitério:

— O espectro que paira sobre uma sepultura é geralmente o invólucro etérico de um recém enterrado, mas pode também ser o corpo astral de um vivo que, durante o sono, vá para junto de um amigo morto; ou ainda uma forma- pensamento  materializada isto é, um elemental artificial criado pela energia com que um homem pensa de si mesmo como presente num determinado lugar.  Para  qualquer  pessoa  habituada  a  servir-se  da  visão  astral,  é facílimo distinguir a qual das três espécies pertence o espectro; porém, para quem é pouco prático, à aparição chamará vagamente "um espectro". 



- Aparições de Moribundos:

— As aparições no momento da morte não são de todo  raras,  e  muitas  vezes  são  verdadeiras  visitas  feitas  pelo  corpo astral do moribundo no momento que precede imediatamente à morte, e que nós chamamos o momento da dissolução. Também neste caso podem ser formas- pensamentos chamadas à vida pelo desejo ardente do moribundo em ver um ente  querido,  antes  de  ingressar  num  mundo  desconhecido.  Há  exemplos dessa visita ser feita logo depois da morte, e não imediatamente antes, e neste  caso  o  visitante  é  realmente  um  espectro;  mas,  devido  a  causas várias, esta forma de aparição é muitíssimo menos frequente que a outra.





- Lugares  Assombrados: 



— As aparições num local onde se cometeu um crime são geralmente formas-pensamentos  projetadas pelo criminoso, que, vivo ou morto, mas especialmente depois de morto, revolve constantemente na mente as circunstâncias do delito. Como é, em geral, nos aniversários do crime que esses pensamentos são mais vívidos, é muitas vezes nesses dias apenas que os dementais artificiais que ele cria têm a força suficiente para se materializar à vista ordinária — fato que explica a periodicidade das aparições em certos lugares.         

Os  criminosos inveterados  estão frequentemente  demasiado endurecidos para se  comoverem ante  um crime particular,  mas  nesse  caso  outros  fatores  poderiam  intervir.  Ainda  a respeito de aparições em certos pontos, observa-se que em qualquer parte onde uma comoção mental de grande violência, medo, dor, ódio, ou qualquer paixão  intensa, se fez sentir, grava-se na luz astral uma impressão tão forte que qualquer pessoa, mesmo fracamente dotada sob o ponto de vista psíquico,  não pode deixar de se sentir fortemente  impressionada  ao visitar esse lugar. Bastaria um pequeno aumento de sensibilidade para que toda a cena se desenvolvesse — para se ver o acontecimento  apresentar-se em todos os seus detalhes como se realmente estivesse se dando naquele momento — e nesse caso não faltaria quem dissesse que aquele local estava assombrado, e que tinha visto uma "alma do outro mundo". É certo que há pessoas que não têm a visão psíquica desenvolvida, porém que, no entanto, se sentem forte e dolorosamente  impressionadas quando passam por locais deste gênero gente, por exemplo, que se sente pouco à vontade ao passar por lugares onde se fizeram execuções capitais, como a Tyburn Trec, ou ao entrar na Sala dos Horrores de Madame Tussaud, e que não imagina que esse mal-estar é devido às cenas trágicas impressas na luz astral, em volta de locais        e  de  objetos  impregnados  de  crime  ou  de  horror,  e  também  à presença das repugnante entidades astrais que povoam em multidão esses locais.







- Espectros de família: 



— O espectro de família, personagem certo nas histórias tradicionais dos castelos feudais, pode ser ou uma forma- pensamento, ou uma impressão de rara vividez na luz astral, ou mesmo o espectro de um antepassado que, ainda ligado às coisas terrestres, se compraz  em  ver  reviver  as  cenas  em  que  em  vida  centralizou  os  seus pensamentos e esperanças.



- Soar de campainhas, remessa de pedras...



— Ouvir de repente o ruído de uma pedra arremessada, não se sabe donde, ou  o soar súbito e inexplicável de campainhas, é um outro fenômeno, a que já  nos referimos, e que é quase invariavelmente obra das forças elementais, quer postas em ação cegamente pelos esforços mal orientados de qualquer ignorante  tentando atrair a atenção dos amigos que lhe sobreviveram, ou ainda intencionalmente     pela      malícia        infantil     de  qualquer espírito natural. 



- Fadas: 



— São também os espíritos naturais os responsáveis pelo que pode haver de verdadeiro nessas estranhas histórias de fadas, tão comuns    em certas      regiões.   Umas vezes, um   acesso   temporário  de clarividência,  que  não  é  nada  raro  entre  os  habitantes  das  regiões montanhosas, permite      a  um   viandante retardado         presenciar   as  alegres brincadeiras das fadas. Outras vezes são verdadeiras partidas feitas a qualquer vítima, cheia de terror, como por exemplo, quando, por efeito de um encanto, a fazem ver casas e gente em locais onde se sabe nada disso existir.  Por  vezes,  isto  ultrapassa  a  simples  ilusão  de  um  instante, porque um homem passa frequentemente por uma longa série de aventuras, tão imaginárias como singulares e flagrantes para de repente ver que todo  o  brilhante  cenário  das  suas  aventuras  se  esvai  num  instante,  e   encontrar-se sozinho, em qualquer vale solitário ou numa planície batida pelo vento. Mas não devemos dar crédito a todas as lendas populares a este         respeito,  porque     na   maior      parte   dos   casos há  a  juntar  aos preconceitos  da  gente  do  campo  a  mais  grosseira  superstição,  como  às vezes tem acontecido com terríveis casos de assassinato. São estas mesmas entidades a    origem   dos     chamados  fenômenos  das  sessões  espíritas  —  e realmente muitas sessões têm sido inteiramente dadas pela malícia destas criaturas. As habilidades  realizadas nestas sessões são muito variadas: respostas a perguntas, entrega de pseudo mensagens por meio de pancadas ou de oscilações de uma mesa, exibição de clarões e de luzes, remessas de objetos de longe, leituras de pensamentos dos circunstantes, precipitação de  escritos ou desenhos e até materializações. 



Tudo isto pode ser feito por um espírito natural, sem o mínimo auxílio; bastaria que um deles se quisesse dar a esse trabalho para nos dar uma sessão que excederia as mais notáveis que se conhecem. Porque, embora alguns dos fenômenos fossem para ele de difícil execução, em compensação, o seu poder de ilusão é tal que  lhe permitiria   fazer      crer     sem  dificuldade    aos assistentes        na realidade  desses  fenômenos,  a  não  ser  que  entre  estes  houvesse  algum observador competente,  conhecedor dos processos dos espíritos naturais e capaz de os confundir. Como regra geral, podemos inferir que sempre que numa sessão espiritista aparecem esses truques tolos e essas travessuras, é certa a intervenção ou de um espírito natural de categoria inferior, ou então de seres humanos cuja degradação chegou a tal ponto que, durante a vida, se sentiam felizes nesses espetáculos ridículos. 



- Comunicações  por meio de entidades astrais:



— Quanto às entidades que podem "comunicar-se" numa  sessão  ou  obsedar  e  falar  através  de  um  médium  em  êxtase,  pode dizer-se     que  constituem    verdadeira   legião.  Dificilmente se    achará    uma classe de entidades astrais que não possa fornecê-las, mas, pelo que já se disse, compreende-se bem que raras vezes essas entidades pertencem às categorias elevadas. Um "espírito" que se manifesta, é algumas vezes o que se julga ser, mas outras vezes não é nada disso; e não é qualquer assistente  que pode distinguir o trigo do joio, porque são tantos e tão variados os recursos para iludir de que dispõem os habitantes do plano astral, que nem sequer se pode confiar naquilo que por vezes parece uma prova irrefutável. Se aparece qualquer coisa que se anuncia, por exemplo, como o irmão há muito tempo morto de um indivíduo, este nunca pode ter a certeza de que assim seja. Pode o espírito  contar  um  fato  apenas conhecido dos dois irmãos, mas isto não e convincente, porque a informação pode ter sido lida em sua própria mente ou na luz astral circundante. 

Se  o  pseudo irmão  vai  ainda  mais  longe  e  conta  qualquer  pormenor  da  sua vida,       desconhecido  do  outro,  mas  cuja  exatidão  este  pode  em  seguida verificar, também lhe é lícito duvidar, porque todos os fatos de todas as vidas estão gravados nos arquivos astrais, ou pode ser a sombra do irmão,  e portanto, possui a sua memória, e não ele próprio. Ninguém nega que em muitas sessões espiritistas têm sido feitas comunicações por pessoas que são   realmente  as    próprias. Mas o que quisemos afirmar foi que para qualquer pessoa inexperiente que assiste a uma dessas sessões, nunca é possível saber quantas vezes está realmente sendo cruelmente enganada ou não,  e  por  que  maneiras  é  posta  à  prova  a  sua  boa  fé.  Em  um  número limitado  de  casos,  alguns  membros  da  Loja  oculta  a  que  nos  referimos deram, por intermédio de um médium, uma série de ensinamentos  preciosos sobre interessantíssimos assuntos,  mas  sempre  cm  sessões  estritamente particulares e nunca em reuniões públicas e muito menos pagas.



- Recursos astrais:



— Para se fazer uma ideia dos processos pelos quais se produz a maior  parte  dos  fenômenos  físicos,  é  necessário  conhecer  os  variados recursos mencionados acima, que estão à disposição de um indivíduo que opere no plano astral. É, no entanto, um ramo do assunto que não é fácil esclarecer    completamente,  tanto mais que há a este respeito certas restrições, cuja necessidade é evidente. Servir-nos-á de auxílio recordar que o plano astral pode ser considerado, sob muitos pontos de vista, uma extensão  do  plano  físico,  e  a  ideia  de  que  a  matéria  pode  passar  ao estado etérico — que, apesar de invisível e intangível não deixa de ser puramente física — pode fazer-nos compreender como um plano se funde no outro. Segundo a maneira como os hindus concebem Jâgrat, "o estado de vigília", os planos físicos e astral estão combinados,  correspondendo as sete subdivisões deste aos quatro estados da matéria física e às três grandes divisões da matéria astral, a que já nos referimos. Assente isto, podemos avançar mais um passo e compreender que se pode definir a visão astral, ou antes, a perceção astral, como "a faculdade de receber um número  muito mais considerável de  diferentes espécies de vibrações". Fisicamente, somos sensíveis a certo número de vibrações que nos afetam como som e a outro grupo de vibrações muitíssimo mais rápidas que nos afetam como luz, e ainda há a espécie de vibrações elétricas. Mas existem ainda  vibrações intermediárias que em nada nos afetam os sentidos e de que nem sequer temos conhecimento.  Compreende-se bem que se todas estas vibrações  intermediárias,  ou  mesmo  apenas  algumas  delas,  com  todas  as complicações resultantes das diferenças possíveis  dos  respetivos comprimentos de onda, são percetíveis  no  plano astral, a nossa compreensão da natureza deve aumentar  consideravelmente nesse meio, e por isso nos  serão reveladas muitas noções que no plano físico   nos são inacessíveis. 



- Clarividência: 



—  Admite-se  que  algumas  dessas  vibrações atravessem facilmente  a  matéria sólida, o que permite explicar cientificamente as particularidades da visão etérica; mas para a visão astral, a melhor explicação é fornecida pela teoria da quarta dimensão. É claro   que   basta  possuir a faculdade   da  visão     astral      para  se   poder realizar coisas que parecerão verdadeiros milagres, como, por exemplo, a leitura de um trecho de um livro fechado. Se a isto acrescentamos que esta  faculdade  inclui  o  poder  de  ler  os  pensamentos,  e  ainda,  quando combinada com o conhecimento de projeção de correntes na luz astral, o de observar um objeto desejado em quase qualquer parte do mundo, compreende- se bem que é extremamente fácil a explicação de muitos dos fenômenos de clarividência.   Quem deseje    mais pormenores  acerca       deste assunto, encontrá-los-á no meu livro sobre Clarividência, em que, a par de muitos exemplos, se encontram catalogadas todas as suas variedades. Previsão e segunda  vista.  —  A  clarividência  verdadeira,  treinada  e  absolutamente segura, inclui  a         atividade       de  uma  série    de faculdades   totalmente diferentes; mas como estas pertencem a um plano mais elevado do que o astral, estão fora do nosso assunto. A faculdade da previsão rigorosa pertence  também a esse plano superior; contudo, aparecem às vezes à pura vista  astral  alguns  reflexos  ou  relâmpagos  seus,  principalmente  entre gente             de    espírito   simples,  que vive  em  condições   apropriadas, constituindo  o  que  se  chama  "segunda  vista",  que,  como  é  notório,  se encontra muito entre os habitantes das montanhas da Escócia. Outro fato que não deve esquecer-se é que qualquer habitante do plano astral, dotado de  inteligência, pode perceber estas vibrações etéricas, e além disso — se  aprendeu  a  fazê-lo  —  adaptá-las  aos  seus  fins  ou  pô-las  em  ação.



- Forças  astrais:



— Compreende-se  claramente que no tempo presente não se possa escrever muito acerca destas forças super físicas e dos processos da sua utilização, embora haja razão para supor que não tardará o tempo em que muitas das suas aplicações se tornem do domínio público. Podemos, no entanto, sem transpor os limites do que é permitido, dar delas uma ideia



geral suficiente para que, a traços largos, se possa compreender a gênese de certos fenômenos. Todos aqueles que têm assistido com frequência a sessões espiritistas têm, decerto, notado uma vez ou outra o emprego de forças verdadeiramente  irresistíveis, como, por exemplo, no levantamento instantâneo de pesos enormes. Muitos, principalmente aqueles cujas mentes raciocinam e buscam nos fenômenos uma razão cientificamente plausível, hão de dar tratos à imaginação para saber donde veio essa força, agindo como   poderosa           alavanca.   Dentre  os     vários    meios  pelos  quais  estes fenômenos    de      caráter astral   podem   ser obtidos,    parece-nos    suficiente citar quatro:



1.º  —  Correntes  etéricas:

— Percorrendo  o mundo,  em  grandes  ondas, varrendo-o   de     Pólo   a   Pólo, em   grandes massas,   o que      as  torna tão irresistíveis      como     as     marés  montantes,   existem      grandes    correntes etéricas, cuja irresistível força pode ser utilizada sem perigo, embora as tentativas inábeis, em que não se consiga dominá-las  completamente, possam redundar em verdadeiras catástrofes.



2.º — Pressões etéricas:

— Correspondente em parte, mas de intensidade imensamente superior, à pressão atmosférica, existe também uma pressão etérica.  Ordinariamente  ninguém  dá  por  ela,  pelo  mesmo  motivo  de  que ninguém  se  apercebe  da  existência  da  pressão  atmosférica;  e  se  fosse possível fazer o vácuo completo, isto é, extrair também o éter de um determinado espaço, como é possível fazer-se ao ar, a existência dessa pressão etérica se tornaria tão evidente como a da outra. Esse isolamento do éter têm sido impossível até hoje aos físicos, atendendo à faculdade que ele tem de interpenetrar toda a matéria num estado de menor rarefação que o seu. Mas o Ocultismo sabe fazê-lo, e é graças aos seus processos que a pressão etérica pode ser vista em ação,



3.º — Energia latente:

— Há vastas reservas de energia potencial que,   durante a evolução do sutil para o grosseiro, se acumularam na matéria no estado latente. Essa energia pode ser liberada e utilizada, à semelhança do    que se      faz   com   a    matéria  física,   a  cujas    mudanças de estado corresponde uma liberação de energia latente, sob a forma de calor.



4.° — Vibração simpática:

— Há casos flagrantes que se produzem por uma extensão do princípio a que se pode chamar "vibração simpática". Mais uma vez  vamos  apresentar  um  exemplo  elucidativo,  tirado  do  mundo  físico, embora muito amiúde tais exemplos sirvam mais para dar uma ideia falsa dos fenômenos astrais do que Verdadeira.     

Contudo, alguns fatos extremamente simples podem ajudar-nos a compreender esta ação importantíssima, contanto que não levemos a analogia demasiado longe.



É  sabido  que,  fazendo  vibrar  uma  corda  de  uma  harpa,  as  cordas correspondentes   de      quantas  harpas   estejam junto    da  primeira   vibrarão também,  se estiverem na mesma afinação. Igualmente, é fato conhecido que é sempre de passo trocado que uma grande corporação do exercite atravessa uma    ponte suspensa,  porque,  do contrário, a regularidade  da  marcha ordinária comunicaria  à      ponte uma    vibração     oscilatória que  iria aumentando     a     cada     passo,  até    vencer  a resistência   do  ferro  e fazer rebentar a estrutura metálica. Com estas duas analogias bem em mente (sem esquecer que não passam de analogias parciais),  compreende-se que aquele que saiba bem qual a espécie de vibrações a produzir — que, por assim dizer, conheça a totalidade da matéria sobre a qual quer agir — pode, ferindo  a  nota  justa, despertar  uma  grande  quantidade de  vibrações simpáticas.       Quando isto    se faz  no  plano  físico,  não se desenvolvem energias  suplementares; mas no plano astral, visto a matéria que o compõe ser muito    menos  inerte,    e     assim,  quando  ativada  por  estas  vibrações simpáticas, adiciona sua força viva ao impulso original, que assim pode ser multiplicado. E por uma repetição rítmica deste primeiro impulso — como na passagem da ponte — as vibrações podem tomar uma intensidade verdadeiramente desproporcional à causa inicial. Pode mesmo dizer-se que, nas mãos de um grande Adepto, que lhe conheça plenamente os recursos, esta força não tem limites, visto que a própria construção do Universo não  é mais do que o resultado das vibrações despertadas pelo Verbo Falado.



- Mantras: 



— A classe de mantras, ou fórmulas mágicas, que produzem efeito sem auxílio de um elemental, mas apenas pela repetição de certos sons, deve a sua eficácia a esta ação das vibrações simpáticas.



- Desintegração: 



— Este fenômeno pode ser obtido também pela aplicação de vibrações  extremamente rápidas, que destroem a coesão das moléculas do objeto que sofre a desagregação. A decomposição das moléculas em átomos é devida a vibrações de um tipo diferente, de velocidade ainda maior. Um corpo reduzido por este meio ao estado etérico, pode ser deslocado de um ponto  para  outro,  com  incrível  velocidade,  pelas  correntes  astrais,  e logo  que cessa de  atuar    a    forma que o eterizou, a   pressão   etérica reconduzi-lo ao estado primitivo. 



Muitos principiantes têm dificuldade em perceber como é que se consegue,  nestas    experiências,  que  o  objeto retome,  cessada  a  força  desintegradora,  a  forma  primitiva.  Realmente, observa-se  com  razão  que,  quando  um  objeto  metálico  —  uma  chave  por exemplo — é fundida pelo calor, um abaixamento  conveniente de temperatura fá-la  voltar, é certo, ao estado sólido, mas reduzida à massa informe, em que nada existe da primitiva chave. A objeção parece de valor, mas a analogia é que não é completa. A energia elemental, que anima a chave, dissipa-se realmente nessa   mudança de  estado,   não    porque sofra diretamente  a  influência  do  calor,  mas  porque,  destruído  o  seu  corpo sólido temporário, volta ao grande reservatório comum, donde sai toda a essência elemental.



Tal é o que acontece aos princípios superiores do homem, que, apesar de insensíveis aos efeitos do frio e do calor, se libertam do  corpo  quando   o   fogo  o  destrói.  Por  consequência,  quando aquilo que era uma chave passa de novo, por um resfriamento, ao estado sólido,  a  essência  elemental  (da  "terra",  ou  da  espécie  sólida),  que reflui para ela, não é a mesma que a chave continha, e portanto, não há razão para que a massa metálica solidificada retome a forma que tinha. Mas  um  operador  que  queira  desintegrar  a  chave  com  o  fim  de  a  fazer transportar  por  uma  corrente  astral,  terá  o  cuidado  de  manter  na  sua forma  a  essência elemental, até que se realize o transporte.     



E     ao suspender o esforço da sua vontade, essa essência elemental constituirá uma espécie  de  molde  em  que fluirão as  partículas  em  via  de solidificação, ou antes, em volta do qual elas se reagregarão. E assim se conservará  a forma primitiva  sempre que o  poder de concentração  do operador  se mantenha firme. É deste modo que se consegue o transporte quase  instantâneo dos objetos   de grandes          distâncias,  nas    sessões espíritas, e é evidente que, uma vez desintegrados, passam perfeitamente através  de qualquer substância sólida como, por exemplo, uma parede ou uma caixa fechada à chave. De forma que a chamada "passagem da matéria através da matéria" é tão simples de compreender como a passagem da água através de um filtro, ou, como se vê em muitas experiências químicas, a passagem de um gás através de um líquido.



- Materialização:



— Tal como é possível, por uma alteração de vibrações,   fazer passar um corpo do estado sólido ao estado etérico, igualmente é possível  o  inverso.  O   primeiro   processo  explica   o  fenômeno  de desintegração, e o segundo o de materialização. Assim como no primeiro caso é   necessário  um      esforço continuando  de  vontade  para  evitar  que objeto retome o estado primitivo, também no segundo fenômeno é necessário um esforço contínuo para evitar que a matéria materializada recaia no estado etérico. Nas materializações  espiritistas, a matéria necessária ao fenômeno é fornecida pelo duplo etérico do médium, com grave prejuízo à sua saúde e outros inconvenientes ainda mais perigosos.



É por isso que a figura materializada se mantém sempre nas proximidades do médium, e está sujeita a uma atração tendente a afastá-la dele para o corpo donde veio. De sorte que, se permanecer muito tempo longe do médium, a figura esvai- se e a matéria que a compunha, voltando ao estado etérico, precipita-se instantaneamente para a sua origem. Em alguns casos não há dúvida de que esta materialização  temporária se faz à custa da matéria densa e visível do corpo do médium, transferência de  matéria  de explicação e de compreensão realmente difíceis.



Eu próprio  já  vi este fenômeno,  em condições  tais que não me era lícito duvidar, comprovado   por  uma diminuição  considerável de peso do   corpo   físico   do  médium. Exemplos semelhantes podem ver-se no trabalho do Coronel Olcott People from the Other World (1) e em Um Cãs de Dé-matérialisation (2) de M. A. Aksakow. 



- Vantagens  da  escuridão: 



—  Compreende-se  a  razão  por  que  os  seres  que dirigem uma sessão preferem operar na escuridão, ou pelo menos, sob uma luz extremamente tênue. Efetivamente, não teriam o poder suficiente para manter materializada uma figura, ou mesmo "a mão de um espírito", mais do que  durante  alguns  segundos,  se  se  operasse  sob  a  ação  das  vibrações intensas de uma luz brilhante.



- Fotografias de espíritos:



— Os frequentadores das sessões espíritas hão de ter notado que há três espécies de materialização: 1.ª, as quais são tangíveis,  mas  invisíveis;  2.ª,  as  visíveis,  mas  intangíveis;  3.a,  as tangíveis e visíveis. À primeira, que é a mais numerosa, pertencem as mãos invisíveis, que tantas vezes acariciam os assistentes ou transportam objetos de pequenas dimensões de um lugar para outro da sala e os órgãos vocais que produzem a "voz direta". Neste último caso, emprega-se uma modalidade  da matéria que  não  intercepta, nem reflete  a luz,  mas  é suscetível de despertar na atmosfera vibrações que afetam como som. Uma variante  desta  classe  é  a  espécie  de  materialização  parcial  que,  não podendo refletir nenhuma luz visível, afeta, contudo, os   raios ultravioletas  e   pode sensibilizar uma chapa, dando-nos as   chamadas "fotografias de espíritos". Quando o poder é insuficiente para produzir uma materialização  perfeita, obtêm-se formas vaporosas que constituem a classe dos visíveis mas não tangíveis, e neste caso  os  "espíritos" previnem sempre os circunstantes de que não devem tocar nas aparições.



Quando, o que é mais raro, a materialização é completa, é que a força é suficiente para manter, pelo menos durante instantes, formas que podem ser ao mesmo tempo visíveis e tangíveis. Se um Adepto ou um discípulo tem necessidade de materializar o seu veículo astral ou mental, não precisa recorrer à matéria do seu duplo etérico, nem ao de ninguém, porque sabe como extrair a matéria de que necessita do éter circundante.

Leia mais em: 12.5 - Fotografias Mediúnicas



- Reduplicação:



— É outro fenômeno que tem íntimas relações com esta parte do     nosso    assunto. Resume-se   em  formar  uma  imagem  mental  perfeita  do objeto  a  copiar  e  a.  reunir  em  volta  deste  molde  a  matéria  astral  e física necessárias.  Naturalmente, para se chegar a isto, é necessário que todas  as partículas interiores e exteriores estejam sempre simultaneamente presentes na mente, o que exige um poder de concentração considerável. Criaturas ignorantes da maneira como se pode extrair diretamente a matéria do éter circundante, tem-na ido buscar muitas vezes ao objeto primitivo, que neste caso sofre a diminuição de peso correspondente.



-   Precipitação:



—  Em  muitas  obras  teosóficas  fala-se  em  precipitação  de cartas  e  de  imagens,  (3)  que  se  pode  obter  por  vários  processos.  Um Adepto que deseje comunicar-se com alguém, limita-se a colocar diante de si uma folha de papel em branco e formar uma forte imagem mental do que deseja que  lá apareça escrito, e depois extrair do éter a  matéria necessária com que materializar essa imagem. Ou se o prefere, pode, com a mesma  facilidade,  obter  resultado idêntico  sobre  uma  folha  de  papel colocada em frente do seu correspondente, seja qual for a distância que os separe. Um terceiro processo, que por sua simplicidade é o mais usado, consiste em imprimir todo o conteúdo da carta na mente de um discípulo, e deixá-la fazer o trabalho puramente mecânico de precipitação.



O discípulo tomará a folha de papel e imaginando que vê a carta nas mãos do Mestre, procederá à materialização das palavras, tal como se disse. E se achar difícil  realizar  simultaneamente  as  duas  operações  —  extração  da matéria., do éter e precipitação da escrita — poderá pôr junto dele, em cima da mesa, uma pequena quantidade de tinta ou de pó colorido, que serão de mais fácil emprego, visto estarem já no estado de matéria densa. Um tal poder se tornaria,  evidentemente, muitíssimo perigoso nas mãos de uma criatura sem escrúpulos, visto que é tão fácil imitar a caligrafia de um indivíduo como a de outro qualquer, e seria impossível pelos meios comuns  descobrir uma falsificação cometida desta forma. Um discípulo que trabalhe  definitiva e regularmente com um Mestre, possui sempre um sinal infalível para reconhecer se uma mensagem vem deste ou não, mas ou outros não têm outras provas além das fornecidas pelo conteúdo da carta e pelo espírito que a anima, porque a caligrafia, por mais parecida que seja, não têm o menor valor como prova. 



Quanto à rapidez da precipitação, um discípulo pouco treinado apenas poderia mentalizar algumas palavras por vez, de sorte que levaria o mesmo tempo a mentalizar a carta que se a escrevesse com pena e tinta, mas um indivíduo mais experimentado formaria simultaneamente a imagem de uma página inteira e desempenhar-se-ia da sua tarefa com grande facilidade e rapidez. É desta maneira que às vezes numa sessão espiritista se produz uma carta em apenas alguns segundos. Se se tratasse da precipitação de um quadro qualquer, o processo seria o mesmo, com  a  diferença  que,  neste  caso,  é  necessário  um  poder  de  visão  que abranja simultaneamente toda a cena. E caso haja a empregar muitas cores, o trabalho complica-se com o acréscimo da sua composição, separação e da reprodução exata dos tons. Evidentemente, num trabalho desta ordem entra a bossa artística do operador e não se julgue que qualquer habitante do plano astral pode igualmente fazer um trabalho perfeito. Um indivíduo que na vida terrena tivesse sido artista, tem, evidentemente, faculdades mais desenvolvidas neste ponto, e está, portanto, em condições de ser muito mais feliz num trabalho deste gênero do que qualquer outro que, nunca se tendo dedicado a questões artísticas no plano físico, tentasse, quando no astral, fazer uma destas precipitações. 



-   Escrita em ardósias:



— A escrita em ardósias, executada  com garantias  que excluíam  qualquer  ideia    de fraude tem feito a fama de muitos médiuns e pode também ser executada por este  processo  de  precipitação.  Mas  o  método  mais  seguido  consiste  em fazer guiar o lápis pela mão de um espírito, da qual estão materializadas apenas as pontas dos dedos, estritamente necessárias para o segurar.



  -   Levitação:



—  A  levitação,  isto  é,  suspensão  de  um  corpo  no  ar,  sem qualquer apoio aparente, é muito frequente nas sessões espíritas, e mais ainda entre os yogues orientais. Quando realizada por um médium, o seu corpo é muitas vezes seguro por "mãos de espíritos", mas há um processo mais  científico que também é usado no Oriente e ocasionalmente entre nós. Consiste apenas no emprego da faculdade que a ciência oculta descobriu, de neutralizar,   e  por assim  dizer, mudar o sentido da atração da gravidade, o que permite a execução  simplicíssima de todos os fenômenos de  levitação. Foi sem dúvida o conhecimento deste segredo que permitiu que as naves aéreas do antigo Egito e da Atlântida se elevassem da terra  e  adquirissem  aquela  leveza que as tornava  facílimas  de  manejar  e  dirigir. É provável também que fosse o conhecimento das forças sutis da natureza  o  que  facilitou  o  trabalho  daqueles  que  elevaram  os  enormes  blocos de pedra empregados na arquitetura ciclópica ou na construção das majestosas pirâmides do Egito.



-   Luzes de espíritos:



— Com o conhecimento das forças da natureza que os  recursos  do  plano  astral  colocam à  disposição  de  seus  habitantes,  é facílima e a produção das chamadas "luzes de espíritos", quer se trate de uma simples luz fosforescente ou da deslumbrante variedade elétrica, ou ainda desses curiosos glóbulos luminosos, dançantes, em que certas classes de dementais se transformam facilmente. Visto que a luz, seja ela qual for, é o resultado de vibrações do éter, é evidente que quem quer que saiba produzir essas vibrações, obtém a espécie de luz que deseja.



-   Manejo do fogo:



— É com a ajuda da essência elemental etérica que também se produz esse notável fenômeno de manejar o fogo sem se queimar, embora haja outros meios de o conseguir. Uma camada de éter, por mais sutil que seja, pode ser preparada de maneira a tornar insensível ao calor a mão coberta por ela, não sendo, pois, para admirar que qualquer indivíduo assim protegido possa pegar num carvão ardente ou num ferro ao rubro sem  o menor risco. Em adição às forças especiais acima mencionadas, usa-se frequentemente  a  alavanca  comum  para  produzir  fenômenos  menores,  tais como inclinação de mesas ou batidas sobre elas. Neste caso o fulcro é o corpo do medium a alavanca uma barra de ectoplasma projetada do corpo.

(Ver Psychic Structures, pelo Dr. W. J. Crawford).



-   Transmutação:   



— Temos citado quase todos os fenômenos espiritistas, mas além deles há mais um ou, melhor, dois, que, apesar de muitíssimo mais raros, não devem deixar de ser mencionados. A transmutação dos metais é geralmente considerada um puro sonho dos alquimistas da Idade Média, e realmente, na maior parte dos casos, a descrição do fenômeno não passa de um símbolo da purificação da alma. Todavia, parece estar suficientemente provado que o fenômeno foi produzido algumas vezes por eles. E ainda hoje há na índia feiticeiros que pretendem fazê-lo em condições que seriam concludentes. Seja como for, é evidente que, visto o átomo original ser o mesmo em todas as substâncias, diferindo estas apenas segundo' as diferentes combinações desse átomo, quem quer que saiba reduzir um pedaço de metal ao estado atômico e em seguida combinar os átomos de diferentes maneiras, pode, a seu bel-prazer e sem dificuldade maior, proceder quantas transmutações quiser.



-   Repercussão:   



— O princípio das vibrações simpáticas, já citado, dá-nos a explicação  do  fenômeno  estranho,  não  muito  conhecido,  da  repercussão, pela qual   qualquer  ferimento infligido ou qualquer sinal feito  na entidade materializada se reproduz no corpo físico. Temos exemplos disso nas provas recolhidas nos processos por feitiçaria da Idade Média, em que se vê que qualquer lesão feita na feitiçaria quando sob a forma de cão ou de lobo, se reproduzia na parte correspondente do seu corpo físico. A mesma estranha lei motivou, por vezes, injustas acusações de fraude a médiuns, quando, por exemplo, se lhes encontrava na mão matéria corante igual àquela com que se tinha esfregado a mão da entidade materializada.



A explicação, neste caso, como em muitos outros, é que a "entidade" era apenas o duplo etérico do médium, forçado pelas influências diretoras a tomar uma forma diferente. Na verdade, estas duas partes do corpo físico estão tão intimamente ligadas que é impossível fazer soar numa delas a nota    tônica       sem  despertar   na    outra as    vibrações       exatamente correspondentes.



(1) "Gente do Outro Mundo".

(2) "Um caso de Desmaterialização"

(3) Vide O Mundo Oculto, de A. P. SINNETT.